Detesto que me roubem a solidão sem me dar em troca verdadeiramente companhia. (Friedrich Nietzsche).

segunda-feira, 5 de março de 2012

Amigo Invisível




Não sou muito de falar de mim, ou de problemas que enfrento, ou coisas parecidas. Isso não é da minha natureza, até porque problemas todos têm. Mas o blog pode ser uma válvula de escape de vez em quando, uma maneira de exteriorizar parte do que vai em mim, porque sou um envólucro de tantas coisas...
Escrever também é uma maneira de exteriorizar emoções, só que postar emoções em blog não é como conversar com alguém, mas "alguém"  é um privilégio cada vez mais raro, é quase um luxo. Criei um blog como quem cria um "amigo invisível", o que para uma adulta  pode parecer bem esquisito.
Bem, hoje resolvi falar sobre mim.
Voltando à minha natureza, é da minha natureza ser emotiva, sensível, preocupada com coisas que passam totalmente batido para os outros, ser espontânea, calorosa, atenciosa, e carinhosa. Quanto a essa última, procuro me reservar mais, agora, procuro reprimir um pouco essa minha característica, pois algumas vezes fui mal interpretada.
Às vezes fico quieta, como ando por esses dias. Um acúmulo de mágoas e decepções me deixaram bem triste, e quando assim, fico quieta, não repasso.
Minha natureza é intensa, se sinto, sinto intensamente. Tudo o que gosto, tudo o que sinto, pra mim tem um peso enorme, peso no sentido de significado. E tudo que é intenso me atrai. Literatura, poesia, histórias, música, tempestades, vinho, dança, animais, especialmente lobos e felinos, mistérios... Intenso, não dramático. É possível confundir, no meu caso, intensidade com dramaticidade. Bom,  reconheço que sou meio, um pouquinho,  dramática, sim, e romântica, e  idealista, tudo o que não se deve ser nestes tempos. Pudera, sou pisciana. É, eu sei que nem todo pisciano é igual, existem as variáveis. Eu não acredito em horóscopo, mas vejo alguma relevância na astrologia, e sempre que leio sobre meu signo penso que lerei meu nome embaixo.
Sou do tipo transparente, e  não gosto nem um pouco de ser assim. Há situações em que eu gostaria de saber fingir , fingir que não estou nem aí,  fingir calma e tranquilidade, fingir que está tudo bem, fingir que não me importo, enfim, esse tipo de fingimento. Mas não, sou esta pamonha que entrega o ouro com mina e tudo num simples olhar. Por outro lado, se não sei fingir esse tipo de coisas, também não sei ser eu mesma sem ser dedicada, calorosa, atenciosa, grata. Não sei ser amiga sem amizade, não sei gostar sem dizer que gosto, não sei dizer que gosto sem gostar, não sei dizer que sinto o que não sinto, não sei dizer o que não sinto. Não elogio só pra agradar, não critico gratuitamente, não superestimo nem subestimo ninguém, não emito opiniões a respeito de alguém sem conhecer suas atitudes, não tomo partidos sem ouvir a 'outra versão',  e não dou palpites nos assuntos das pessoas, a não ser que me perguntem, e aí digo exatamente o que penso.
Sou também do tipo "esponja", se ficar por muito tempo em companhia de alguém desagradável, de energia ruim, ou se ficar muito tempo em um ambiente de energia ruim, me sinto mal, e se ficar ouvindo coisas ruins, sobre crimes, tragédias, crueldades, ou se vir um filme muito "pesado", "pra baixo", aí fico pior, e demoro uns dias para me recuperar totalmente. Pra quem vive neste mundo, ser assim é péssimo.
Apesar de tanta sensibilidade, sou forte, já passei por muitas coisas desde a infância,  e tenho enfrentado muitos problemas sozinha, pois como eu disse no início, problemas todos têm.  Luto o tanto que for preciso pelo que quero, mas respeito meus limites, embora às vezes eu mesma me surpreenda...
Meu pai costumava dizer: "eu confio desconfiando".  Praticamente cresci ouvindo isso, e mesmo assim fui de muito boa fé. Hoje, prezo muito a coerência entre palavra e atitude,  penso que as duas devem andar juntas, e que as atitudes têm muito mais a dizer do que as palavras. Presto muita atenção nisso. Gosto da lógica das coisas, mas penso que nem tudo tem lógica, e, a meu ver, a coerência é mais importante que a lógica.
Sou bem humorada, gosto de gente bem humorada, gosto de rir, e sou da Paz, detesto discussões, brigas, desentendimentos, gosto das conversas. Às vezes prefiro me calar a discutir por bobagens, ou a manter discussões que não vão resolver nada. Pago para evitar uma discussão, mas se for inevitável, discuto sim, e tenho retórica.
Custa muito, muito mesmo, mas saio do sério. Felizmente, foram poucas as pessoas a me tirarem do sério, até hoje.
Há coisas que pouco me importam,  e há aquelas que pra mim são de uma importância maior talvez do que elas próprias.  Me importo muito quando alguém de quem eu gosto me magoa,  me importo ainda mais quando magoo alguém, mesmo sem querer.  Me importo até quando alguém aqui no blog deixa de me seguir. Não exatamente por ter deixado de seguir, ou de comentar, mas me importo com o motivo, ou melhor, por não saber o motivo. Se o motivo é apenas desinteresse, tudo bem, são direitos, mas se eu disse alguma coisa errada, gostaria de saber, até para me desculpar.
Pois é, sou assim, uma pamonha que se importa. O bom disso, bom pra mim, claro, é que nunca guardo rancor. Posso carregar algumas mágoas, confesso, mas nada que um pedido de desculpas não resolva e as extermine, desde que não haja reincidências.
E como eu também erro, obviamente, peço desculpas, peço perdão, e jamais volto a cometer os mesmos erros. Porque considero uma falha de caráter pedir perdão e persistir no erro.
No amor, creio que não sei amar, porque dizem que o amor verdadeiro é incondicional, e o meu não é. Me entrego demais, sou Mulher de verdade, mas há uma condição, sim,  para que eu me entregue: Respeito - para comigo como pessoa, como ser humano e como mulher. E da mesma forma que quero respeito, sei respeitar. Sou ciumenta também, bastante. Isso é outra coisa que detesto em mim. Porém, não sou daquelas que têm ciúme até da sombra, e só exteriorizo meu ciúme se houver  motivo. Essa é uma das coisas que faz do Respeito algo fundamental.
Não morro de amores pela  Humanidade, sou pequena demais pra isso, na verdade, tenho até um certo desprezo, sou mais os animais. Apesar disso, não sou desprovida de solidariedade. Procuro sempre ajudar as pessoas naquilo que posso. Respeito o ser humano, desde que humano, até porque eu sou humana, e penso que não se deve esperar, muito menos exigir, excelência de ninguém, afinal, ninguém  tem excelência para oferecer, e cada um tem critérios próprios para estabelecer sua "excelência". Quando digo que desprezo a Humanidade, é pela maldade, pela crueldade, pela hipocrisia, por todos os  horrores deste mundo.
Estou muito longe de ser um poço de virtudes, não me julgo nenhum exemplo, mas também não sou um poço de defeitos, muito do que eu disse aqui não é qualidade ou defeito, são meras características de personalidade. Não sou dona de nenhuma verdade, imagine! A Verdade nem tem dono. As verdades a gente conhece e aprende vivendo, e nem sempre aprende de forma agradável, ou indolor. E essa é uma das verdades que eu aprendi. Também aprendi que amor falado nem sempre  é amor sentido, que amor bradado aos quatro cantos nem sempre é amor no particular, e que amigo, visível ou invisível, pode não ser tão amigo assim.
Enfim, tenho as minhas tempestades, alguns vendavais, um ou outro tsunami, um terremotozinho aqui..., uma erupçãozinha vulcânica lá..., mas o que predomina em mim é a calmaria, a normalidade, a sensibilidade, os bons sentimentos. Sobre isso, gosto do que disse Schopenhauer: "...Os animais de sangue frio são os únicos que possuem veneno".

Pra quem não é de falar muito se si, terminei por falar demais de mim. Ilógico.

Por que fiz isso? Porque senti uma ilógica necessidade de falar de mim para este "amigo invisível" aqui, porque queria que as pessoas que visitam este blog me conhecessem um pouco, porque ando triste (inferno astral?...), e porque me deu vontade, oras... rs









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Divagar é preciso...