Detesto que me roubem a solidão sem me dar em troca verdadeiramente companhia. (Friedrich Nietzsche).

sexta-feira, 23 de março de 2012

Cadeiras na calçada


Se fosse pedir, neste momento, seria para estar bem longe da realidade. Num lugar chamado qualquer coisa da serra, numa cidadezinha provinciana, com pracinha e coreto, com casas de varanda e samambaias, com campo de bocha para os vovôs, com bordados e bolos das vovós, cinema com lanterninha para os casais, e quermesse na frente da igreja. Com vizinhos amigos, com pessoas sorridentes dizendo bom dia, ou boa tarde, ou boa noite, na rua. Com cadeiras na calçada, à noite. Com gente que se importa.

É preciso cuidado com o que se pede...  Saio da divagação. A vida não é novela das seis.

14 comentários:

  1. Eu prefiro continuar na divagação. Afinal, quem consegue viver sem utopias?

    Enquanto as novelas, elas não chegam aos pés das nossas fantasias. Elas são pobres. :D

    Abraços. Ulyane

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  2. Você disse uma verdade, novelas são pobres, nossas fantasias valem mais. Ao escrever esse texto, me veio à mente aquelas novelas das seis, com pracinha e coreto... rs Às vezes tenho vontade de viver num cenário daqueles. Mas é só fantasia. Não se vive sem elas, mas não dá pra viver delas.

    Um beijo pra você, Ulyane.

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  3. As vezes também queria estar longe dessa realidade. Tenho certeza que não sou daqui, mas o problema é que eu não sei de onde sou...

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  4. Ah! Ligéia, eu queria morar em um lugar assim, como você disse: Provinciana. Meio dia as lojas fecham para o almoço, no domingo aquele almoço entre parentes e amigos. O bom é que todos os dias tem cara de domingo. Sou preguiçosa. Rsrsrsrsrsrs.
    Beijos!

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    1. Oi Janice. Para mim, na verdade, num lugar desses, parece que estamos sempre de férias... rsrs. Olha, também sou meio preguiçosa, viu? Detesto acordar cedo...

      Um beijo.

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  5. Então somos dois, Gilberto. Também me sinto como se não fosse daqui, mas sem saber de onde sou. Um dia descobriremos...

    Um abraço.

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  6. Venho de um lugar
    onde todo final de tarde
    é hora de cadeiras na calçada,
    mas nao sei até quando...

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    1. Quando eu era criança, ainda se colocava cadeiras na calçada, e eu brincava de pular corda na rua. A brincadeira acabou. Tudo acabou.

      Obrigada, Herculano.

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  7. É quase uma pena que a vida não seja como a novela das seis, quase... Pq há algo de irreal nessas novelas, algo que não abarca a realidade e é na realidade por mais dura que seja que se vive...

    Mas, divagar sempre é bom vez ou outra!!!

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    1. Oi Pandora. Que bom que voltou a "viajar" comigo. Gostei muito.

      Eu também acho que é (quase) uma pena que a vida não seja como na novela das seis. Alí é tudo tão simples, por mais complexo que seja...
      Mas, fantasiar é saudável. Excesso realidade nos deixa doentes, rs.

      Agradeço muito sua presença aqui.

      um beijo!

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  8. Um dia desses tava sentindo a mesma coisa. Só que fui mais longe... queria um bosque, cavalos, riachos, o século XIX.
    Beijos e apareça

    O Falcão Maltês

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    1. Olá, Antonio. Notei sua ausência... rs

      Ah o século XIX... Adoro!
      Em "algum lugar com nome de qualquer coisa da serra" também tem bosque, cavalos, riachos... Qualquer dia divago por lá, e pelo século dezenove, rs.

      Bom que você veio de novo. Tenho lido todos os seus posts.

      Muito obrigada!

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  9. Ah. toda utopia é doce, mas a terra firme amarga os pés.
    esse sonho "bucólico"... a cidade pacata, o sol a descer a escada dos céus, minuto após minuto, os pássaros sussurrando a vida alheia uns com os outros, o café fresco numa tarde chuvosa...

    Deus queira que o mundo não acabe cinza, como na realidade é...

    té mais!

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    1. Oi, Davi. Seu texto descreve nossos lugares utópicos, quase etéreos, (i)realidades qua a gente sonha viver. Muito bonito!

      Obrigada!

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Costumo responder aos comentários aqui no blog. Todas as opiniões são bem vindas, e importantes. Gosto de saber das pessoas o que pensam, o que sentem, o que gostam. Você que lê e prefere não se manifestar, quem sabe um dia volte para me dizer algo. Não tenho pressa, eu espero.

Divagar é preciso...